EX DIGITO GIGAS
No
passado dia 12 de Maio fui para a Feira do Livro de Lisboa onde andei
a distribuir marcadores alusivos a "Um Cappuccino Vermelho"
- a propósito, já tem o seu exemplar? - e onde tive a oportunidade,
e o prazer, de conhecer e trocar algumas palavras com o escritor,
investigador e realizador António de Macedo. O tempo não deixou que
tivéssemos uma conversa muito demorada, mas chegou para eu lhe
oferecer um exemplar do meu livro.
Ontem,
recebi o feedback.
"Meu
caro Joel Gomes: já li o seu livro e devo dizer que fiquei
agradavelmente impressionado. Gostei do seu estilo directo e da sua
verve literária, com bom ritmo e diálogos trepidantes, sem demoras
inúteis nem truques suspensivos exagerados. De uma forma geral está
bem construído, embora haja pontos em que o factor "previsibilidade"
se faça sentir. De uma forma geral, é um bom começo para um
primeiro romance - como diz o provérbio latino, ex digito gigas,
pelo dedo se conhece o gigante -, com boa implantação de cenários
e de sucessão de eventos, nota-se a experiência de visualização
de um guionista (...)."António de Macedo
O melhor de
tudo isto é que a parte mais enriquecedora da longa mensagem que o
António de Macedo me enviou nem sequer é aquela que reproduzi aqui.
Sim, é bastante elogiosa e fiquei algo "babado", mas o
fruto mais doce proveio das palavras mais críticas. É verdade. Fui
chamado à atenção em relação a alguns descuidos que tive com
certas matérias. Descuidos esses dos quais, em parte, eu estava
ciente, e que o António de Macedo teve o cuidado, não só de
apontar, como também de explicar em que é que errei e como deveria
ter feito.
Já o disse várias vezes e torno a dizê-lo: as
palavras positivas fazem bem ao ego e motivam-nos a continuar, mas
são estas chamadas de atenção para corrigir o que está errado que
nos fazem melhorar enquanto autores. Seguir em frente sem melhorar em
nada é o equivalente ao andar do caranguejo: por muito que se
esforce não consegue atravessar a linha.
Também já
o disse em privado, mas agora digo-o publicamente: muito e muito
obrigado, caro António.
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